Aproximar-se da obra de Solano Benítez e seu Gabinete de Arquitetura não é tarefa fácil. A linguagem de seus projetos não se enquadra com facilidade nas classificações correntes; as imagens produzidas durante o desenvolvimento dos projetos não recorrem ao apelo visual ao qual nosso olhar habituou-se nos últimos anos; registros de plantas e cortes são escassos e, quando os encontramos, não correspondem ao espaço construído que deveriam representar, seus métodos de trabalho são extremamente heterodoxos e a aparente rusticidade construtiva de muitas das obras esconde um grau de sofisticação técnica incomum. O estranhamento inicial que esses trabalhos provocam é sucedido por fascínio e curiosidade. Sente-se a necessidade de compreendê-los, pois de alguma maneira pode-se intuir a inteligência expressa através dessas construções.